segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Para saber quem é Deus


Recebi esse e mail ontem, eu que andava pensando em morte e vida, em lado bom e lado ruim. A resposta me veio assim:

"Pára de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é
que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes,
cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo
construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas
montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu
vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo
mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo
mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar
teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que
te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver
comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de
teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum
livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer
meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me
irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te
enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar
se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres
como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar
para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto
da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são
artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em
ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única
coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de
alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem
um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há
aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há
pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um
registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou
um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas
posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta
fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.
Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E
se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado
ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que
mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero
que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas
em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando
acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato?
Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado e surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o
jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te
ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás
vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de
mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não
me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti."

As palavras abaixo são de Baruch Spinoza - nascido em 1632, em
Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677. Spínoza foi um
dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia
Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de
família judaico-portuguesa e é considerado o fundador do criticismo
bíblico moderno.
Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século XVII.